Friday, December 17, 2010

Traição

Sonho sinistro e confuso que me despertou esta manhã... Orei.
No fim, meu pastor dizia: " - As pessoas que maior dificuldade temos em perdoar, são as que verdadeiramente nos adoram."
Não sei o que nada disso quis dizer, mas sei que me chocou.

A saudade do que se foi pra nunca mais voltar aperta à mesma medida em que me conformo e conforto. Cada dia é um desafio; cada lembrança, um obstáculo; cada vontade, uma frustração.
De fato, estive alterada... entorpecida, distraída. Contudo, não me culpo... aprendo. Cresço.

O que não me mata, me fortalece?!
Não sei se chega a fortalecer, mas que me faz surpreender, isso sim! Quer seja positiva ou negativamente, surpresas são sempre bem-vindas. Uma hora, vai dar certo... vai ser bom, perfeito e agradável. =]

"... aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam."
(Isaías 40:31)

Friday, December 10, 2010

Ele

Ainda mexe comigo... é verdade.
Me desconserta, desestabiliza, mexe com meus nervos, me tira o equilíbrio.
Não se importa. Não me importo. (Quis que não se importasse.)
Mas sei da ferida aberta, sei da dor que aperta, sei do quanto dói...
Um não-amor pode marcar tanto quanto um grande amor... pois não se trata de um sentimento, trata-se de um alguém e o papel que esse alguém tem na sua vida. Trata-se de fatos, do que foi real, do que valia a pena.
Não queria tê-lo visto hoje... não queria vê-lo nunca mais. Assim como na última vez antes dela, preferia ter a saudade eterna e a certeza do que não vai voltar.

Eu mudei, me estranhei e ainda me estranho. Faço coisas que eu nem sei porquê... me desconheço.
Num desamor me desiludi, a troco de algo que não senti que sentia ou que nem estava sentindo... sei lá!
Eu só quero acordar logo e, feliz da vida com minhas notas e conquistas, celebrar a vida que Deus me deu com tanto amor... sem anti-depressivos.

Sunday, December 5, 2010

"QUASE"

(Luís Fernando Veríssimo)

Ainda pior que a convicção do não,
é a incerteza do talvez,
é a desilusão de um quase.


É o quase que me incomoda, que me entristece,
que me mata, trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.


Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase morreu está vivo,
quem quase amou não amou.


Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel,
graças a essa maldita mania de viver no Outono.


Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna;
ou melhor não me pergunto, contesto.


A resposta, eu sei de cor.


Está estampada na distância e frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.


Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.


A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.


Talvez estes fossem bons motivos para se decidir entre a alegria e a dor,
sentir o nada, mas não são.


Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.


O nada não ilumina, não inspira,
não aflige nem acalma.
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.


Não é que a fé mova montanhas,
nem que todas as estrelas estejam ao alcance.


Para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente a
paciência.
Porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçar a
oportunidade de merecer.


Para os erros, há perdão;
para os fracassos, chances;
para os amores impossíveis, tempo.


De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.


Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo o impeça de tentar.


Desconfie do destino e acredite em si.
Gaste mais horas realizando, que sonhando,
Fazendo, que planeando,
Vivendo, que esperando porque,
embora quem quase morre, esteja vivo,
quem quase vive,
já morreu.